O novo coronavírus criou uma reviravolta no sistema de saúde, na política, na economia e, sobretudo, na educação brasileira e mundial. Diversos estados, municípios e instituições privadas estão buscando soluções para um problema que até então é inédito para nossas três últimas gerações. Podemos destacar alguns pontos positivos e negativos destas mudanças, e tentar responder a esta pergunta: seria possível o professor pensar na construção de sua carreira, se atualizando, se capacitando, em meio a esta pandemia?

 

 

As medidas de restrição da circulação, que começaram com a suspensão das aulas, aceleraram o uso das novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) em grande parte das instituições de ensino do país. Docentes passaram a incorporar metodologias ativas, outras ferramentas de ensino em suas práticas pedagógicas. As famílias tiveram que se envolver mais com a escolarização e a sociedade percebeu a relevância da escola e do ensino presencial, bem como as dificuldades em se aplicar na prática o homeschooling. Em contrapartida, o cotidiano do professor sofreu uma reviravolta. A necessidade de replanejar suas aulas para o ambiente virtual, lidar com novas ferramentas e aplicativos, com a sua exposição frente às câmeras e ao ambiente virtual, bem como lidar com esta sobrecarga, conciliando as tarefas e a rotina do lar, são algumas das dificuldades que surgiram durante este período.

 

E é neste contexto que uma das respostas da pergunta anterior pode ser encontrada. É este contexto que está contribuindo com a formação docente, e gostaríamos de propor algumas reflexões para que os professores possam se manter atualizados, em meio à pandemia quarentena e isolamento social.

 

1- Compartilhe seus erros e acertos durante este momento com outros docentes. Antonio Nóvoa, grande pesquisador português referência em formação de professores, descreve que quando utilizamos as diferentes experiências docentes em prol da própria formação do grupo, este seria um modelo ideal de formação de professores. Ao compartilhar as ideias, estratégias que deram certo, que deram errado, as ferramentas que cada um está tentando utilizar, o grupo vai descobrindo formas diferentes para tentar resolver os problemas do cotidiano em ambiente virtual ou à distância.

Entendemos que é necessário, neste momento, que o Brasil se una em torno das propostas que buscam salvar vidas, sejam de ricos, pobres, negros, brancos, indígenas, amarelos, idosos, jovens, homens e mulheres, de centro, de direita, de esquerda; todas as vidas importam.

2 – No embalo desta mesma ação, compartilhe com os colegas professores os conhecimentos que fazem parte da tua área de especialização. Percebemos, através de diversos relatos, a dificuldade dos professores para planejar uma aula, sobre determinado assunto do qual o professor não tem muito domínio. Por exemplo, como posso propor atividades relacionadas ao voleibol para as crianças praticarem em casa, além de apenas realizar trabalhos sobre o tema? Nesta hora, um professor com afinidade com o voleibol pode contribuir com outro que têm dificuldades. Da mesma forma ao contrário. Criar uma rede de compartilhamento de ideias através da especialidade de cada docente é uma forma de aprender melhor sobre conteúdos com os quais podemos ter dificuldade ou menos simpatia.

Estamos certos de que, assim como tudo na vida passa, isto também passará. Trabalharemos e esperaremos até que tudo isto se normalize, para que então possamos comemorar os nossos 20 anos de fundação, com a valentia e a garra, a felicidade e o amor de sempre, mesmo que seja aos 21.

3 – Realize cursos e formações online. Durante esta quarentena, diversas formações estão disponíveis para se realizar. Pesquisadores realizando lives temáticas, grupos se reunindo para socializarem suas práticas, enfim. O ambiente virtual pode ir além de mero instrumento de trabalho em tempos de quarentena. Buscar se atualizar profissionalmente é crucial para manter a saúde profissional.

4 – Não desligue completamente a TV, ou não deixe de se informar sobre o que está acontecendo no mundo. Obviamente, que sempre buscando aliar as notícia com respaldo da ciência, desmistificando as fake news. Durante a quarentena o professor passa a ser uma referência importante aos estudantes com relação ao que está acontecendo. Excesso de informação pode ser prejudicial, mas se desconectar da realidade é desligar da tomada a educação, que deveria estar sempre conectada com a vida. Afinal, de que forma a educação física pode contribuir com este momento?

 

Estas são algumas sugestões para que os docentes continuem se atualizando, frente a todas as dificuldades listadas. A formação docente é um processo contínuo. Depende de fatores intrínsecos e extrínsecos. Como diria o filósofo Espinosa, em relação aos fatores extrínsecos não podemos fazer muita coisa. Mas, tentar cuidar da profissão é uma atitude que depende de cada professor, e que pode ser realizada de forma consciente e saudável, mesmo em tempos de quarentena.

 

 

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