Antigamente, criança saudável era criança gordinha. Quem de nós nunca recebeu um elogio ou um puxão de orelha dos avós por estar com ou sem bochechas redondas? Quando não existiam antibióticos, crianças mais bem nutridas tinham mais resistência a algumas doenças, talvez por isso os antigos pensassem assim.
Os tempos mudaram e a obesidade infantil tornou-se um problema sério de saúde que já atinge uma parte significativa da população nessa faixa etária. Crianças que corriam na rua, brincavam de pega-pega e soltavam pipa, hoje passam horas na internet ou assistindo TV, sem falar na alimentação, muitas vezes baseada em fast food e guloseimas.
O problema é sério e merece atenção. Acompanhe alguns dos principais riscos envolvidos:
Um estudo feito pela Universidade de Rutgers, nos Estados Unidos, demonstrou que, entre os 1500 jovens acompanhados, houve casos em que jovens obesos desenvolveram depressão, e também o contrário, jovens deprimidos se tornaram obesos.
Pais e professores devem ficar atentos aos sinais de depressão, principalmente em jovens com excesso de peso, e procurar a avaliação de um psiquiatra, caso necessário.
Como as doenças cardiovasculares geralmente não apresentam sintomas, é comum que não se dê ênfase na prevenção. Um estudo publicado na revista norte-americana Pediatrics mostrou que crianças e adolescentes acima do peso correm um risco maior do que se pensava de sofrer de diabetes e hipertensão precocemente. Por isso, convém que esses grupos tenham acompanhamento médico regular.
Pesquisadores da Universidade de McGill, no Canadá, concluíram que quanto maior o índice de massa corporal (IMC) e menor a idade, maiores as chances de complicações para a saúde. Essas complicações, que podem ser cardiovasculares, pulmonares, ortopédicas ou até psicológicas, decorrentes da obesidade, podem reduzir a expectativa de vida em até oito anos.
Enfrentar problemas como excesso de peso ou obesidade não é fácil. É necessário passar por uma reeducação alimentar e física. Se já é difícil para os adultos, as crianças vão precisar de incentivo e ajuda dos pais. Algumas dicas podem ajudar:
O maior consumo de guloseimas costuma ocorrer em casa, então, evite comprar alimentos prontos, muito açucarados. Proibir não funciona. A melhor estratégia é combinar com a criança o que é melhor. Por exemplo, pode-se combinar que, no dia em que beber chocolate ao leite, refrigerante fica fora. Se escolher suco de fruta, aí pode comer um bombom.
A sobremesa não deve ser recompensa. Ela pode fazer parte do menu ocasionalmente e não deve ser um hábito. Ao valorizar a sobremesa, tira-se o foco da refeição principal, que a criança passa a encarar como sacrifício.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), crianças e jovens devem fazer 60 minutos de atividades físicas por dia para se manterem saudáveis. Os exercícios podem ser os mais variados, como caminhar, correr, brincar, subir escadas etc., e não precisam ser feitos de uma vez só, podem ser distribuídos durante o dia. Bom mesmo é se tivesse Educação Física todos os dias, né?
Fontes:
>>>Site do Dr. Drauzio Varella
>>>Obesidade Infantil Não