Se você tem filhos ou trabalha com educação, certamente tem ouvido falar muito sobre bullying ultimamente. Pois é, o assunto é delicado e muito importante, e tem sido abordado em diversos meios.
O termo bullying (da língua inglesa, bully, “valentão”) se refere à violência verbal ou física, intencionais e repetitivas, sem motivação evidente, causando dor e angústia para intimidar ou agredir outra pessoa que não tem a possibilidade ou capacidade de se defender.
O bullying pode ser direto ou indireto. Este último se caracteriza pelo isolamento social da vítima, coação, apelidos pejorativos com o objetivo de humilhar. O problema acontece no mundo todo. Pode acontecer na escola, faculdade, na família ou até no local de trabalho. As agressões podem ter diversas motivações, incluindo preconceito cultural, étnico e religioso.
Nem tudo é bullying! Conflitos ou atritos pontuais não são. O que caracteriza o bullying é a intenção do agressor de ferir o alvo, a repetição dessa prática, a presença de espectadores e o assentimento da vítima em relação à ofensa. Ao superar o motivo da agressão, reagindo ou ignorando, ela desmotiva a ação do autor.
Claro que existem brincadeiras entre os colegas. Mas é necessário perceber o que separa uma piada aceitável de uma agressão. E não é tão difícil assim, basta se colocar no lugar da vítima: O apelido é engraçado? Como eu me sentiria se fosse chamado assim?
Os agressores geralmente são pessoas com pouca empatia, não acostumadas a receber ou expressar afeto. A motivação varia: o autor pode estar atrás de popularidade, quer sentir-se valente ou criar uma boa imagem de si. Já as vítimas são quase sempre pessoas pouco sociáveis, incapazes de reagir, inseguras. Às vezes essas características as impedem de pedir ajuda.
Muitas escolas não admitem, tentam acobertar o assunto em vez de enfrentá-lo. Os alunos que testemunham a agressão silenciam, com medo de serem as próximas vítimas, e assim acabam contribuindo para a continuidade do problema. Ou, quando pior, os espectadores atuam como torcida, incentivando a agressão ou rindo. Por isso a questão não afeta só as vítimas, mas toda a turma/escola, num clima de medo e ansiedade.
Crianças vítimas de bullying podem se isolar, perder rendimento escolar, apresentar doenças psicossomáticas e sofrer algum trauma que poderá influenciar em traços de personalidade. Podem se tornar adultos negativos e com baixa autoestima e com baixa estima. Em alguns casos extremos, o bullying chega a afetar o jovem tão gravemente a ponto de ele tomar decisões extremas, como o suicídio.
Ao perceber uma situação de bullying, o professor ou a direção da escola deve intervir imediatamente. O professor deve dar o exemplo de como resolver conflitos sem violência, incentivar a solidariedade, a generosidade e o respeito por meio de muita conversa, além de trabalhos didáticos que reforcem a tolerância e cooperação.
A escola não pode, de forma alguma, legitimar o comportamento do agressor, mas também não deve humilhá-lo, ou aplicar alguma punição não vinculada ao mal causado. Já a vítima precisa ter sua autoestima fortalecida e sentir que está em um local seguro para falar sobre o ocorrido. Dependendo do caso, a criança pode precisar de ajuda psicológica. A escola deve conscientizar também o espectador do bullying, pois este também endossa a ação do autor da agressão.
É dever da escola criar uma comunidade onde as relações sejam respeitosas, a fim de formar cidadãos, estimulando a amizade, a cooperação e a solidariedade.
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