Desenvolver uma metodologia de ensino é tarefa árdua, tarefa que não se termina. Há pouco mais de 15 anos, estávamos iniciando o trabalho com este método de ensino, aplicado ao Tênis nas escolas, junto ao embrionário projeto que ficou conhecido como Tênis Júnior nas Escolas, o qual viria a se tornar um divisor de águas na disciplina de Educação Física.

 

 

 

 

Com seu inovador pressuposto metodológico de trabalhar a modalidade Tênis de Campo na disciplina de Educação Física curricular, com grupos de até 40 alunos simultaneamente, o estado de Santa Catarina pôde viver, a partir de 2005, a “multiplicação das raquetes” dentro das escolas estaduais e municipais, além dos centros educacionais e esportivos do SESC e do SESI.

 

Motivados pelo sucesso do Projeto Tênis Júnior, para o qual já haviam criado diversos materiais adequados à realidade escolar, a mesma equipe de criadores e desenvolvedores se dedicou com afinco a adequar novos formatos e arranjos de equipamentos e modelos de ensino e aprendizagem para modalidades como: Voleibol, Basquetebol, Hóquei sobre a Grama, Badminton, Xadrez, Atletismo e até mesmo Futebol nos seus diversos formatos.

 

 

 

 

O resultado de todo este trabalho foi então materializado no Sistema de Ensino Cultivar, que, rompendo com os conceitos arcaicos da escola clássica, onde impera a imobilidade, o silêncio e as velharias, instrumentaliza as escolas com materiais práticos adequados à realidade escolar, como livros e apostilas para professores e estudantes, gibis, games, e-books e softwares, além da capacitação aos educadores, que fazem grande diferença na sua utilização.

 

Mais que uma inovação, o Sistema Cultivar de Ensino faz uma revolução, pois sua principal característica é, de fato, despertar no estudante o gosto pela atividade física. Isso faz com que ele realmente queira voltar à prática, além de transformar por completo a paisagem das quadras nas aulas de Educação Física.

 

 

 

 

Nesse sentido, cada estudante conquistado para a atividade física pelo método, seja pelo pilar da inclusão, ou da adequação à faixa etária, ou pelo pilar da novidade é uma conquista para o grupo de hábitos saudáveis e da boa autoestima, assim como para o grupo de possíveis atletas. Isso porque tendemos (as pessoas) a repetir o que nos causa satisfação e a repelir o que nos trás frustração. Nos dizeres de Urie Bronfenbrenner:

 

“A característica mais distintiva das qualidades experienciais, no entanto, é que elas são ‘carregadas emocional e motivacionalmente’, englobando amor e ódio, alegria e tristeza, curiosidade e tédio, desejo e repulsa, costumeiramente, com ambas as polaridades existentes ao mesmo tempo, mas geralmente em graus diferentes. Uma quantidade significativa de pesquisas indica que a coexistência dessas forças subjetivas positivas e negativas envolvendo o passado pode também contribuir de maneira poderosa para modelar a direção do desenvolvimento humano no futuro.”

(Bioecologia do Desenvolvimento Humano)

 

 

 

 

Portanto, ter em nossas mãos a responsabilidade de gerar emoção e motivação no presente, para nossos estudantes, é sem sombra de dúvidas uma tarefa que vale a pena e que deve ser encarada com extrema seriedade. Também, nas palavras de Cecília Meireles, em sua tese O Espírito Vitorioso, em que faz coro à escola moderna, a grande educadora questiona: “Que passado queremos ser nós para esses que, no presente, são apenas uma probabilidade futura?”

 

 

 

 

É para responder a perguntas como essa, com a dignidade de educadores que buscam honrar todo o empenho e inspiração investidos pelos pioneiros da educação brasileira, que manifestaram sua inquietação e indignação doando suas vidas à causa da Educação; é pelos precursores que trilharam caminhos tortuosos, pelos inovadores que tantas vezes foram impedidos de implementar suas obras, que dizemos agora: CULTIVAR!

 

 

 

Marcos Fernando Luiz

Economista pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), fundador da Guarani Sport e idealizador do Programa Cultivar.

 

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