Dez meses se passaram desde o início da pandemia no país e o fechamento das escolas. Em nosso texto anterior, aqui neste blog, identificamos os efeitos agudos da COVID-19 na educação, principalmente em relação à Educação Física escolar. Nesses efeitos estavam o escancarar da desigualdade entre as instituições de ensino, evidenciando o sucateamento da Educação Física nos espaços escolares, a sobrecarga docente através do ensino híbrido e o aumento significativo do sedentarismo entre os estudantes durante todo este 2020.

 

Porém, depois de tantos meses convivendo com essa doença, muitas coisas boas aconteceram. Inúmeras vacinas estão sendo desenvolvidas, algumas delas já liberadas para aplicação em alguns países. Aprendemos a conviver com a pandemia, adotando distanciamento social, restrição de circulação, uso de máscaras e higienização constante das mãos, enfim. Medidas que fizeram parecer possível e seguro o retorno das atividades escolares presenciais.

 

Na iminência de começarmos a resolver definitivamente o problema com o novo coronavírus, e após acumular muitas experiências durante todo este tempo, já podemos apontar alguns efeitos crônicos na educação, sobretudo para a Educação Física escolar.

 

1. Reduzir o número de pessoas que estão dentro do grupo de risco passará a ser um dos novos objetivos de desenvolvimento do milênio. As pessoas mais afetadas pelos efeitos da COVID-19 foram aquelas que possuíam alguma comorbidade, como diabetes, hipertensão, obesidade, etc. E a solução para esse problema começa na escola, local onde as crianças aprenderão a importância de cuidar do seu corpo, da sua saúde.

 

2. Despertar o gosto pela atividade física e pela prática esportiva poderá se tornar o grande objetivo dos profissionais que atuam na escola. A Educação Física escolar terá que ser cada vez mais inclusiva, pensando em todos os seus alunos, apresentando-lhes diferentes possibilidades de práticas corporais, esportivas, para que possam se apropriar e desfrutar de todos os benefícios que a atividade física proporciona.

 

3. Políticas públicas que valorizem a Educação Física escolar deverão ser prioridades, junto às iniciativas de minimizar os danos desta quarentena na educação, para governos, instituições ou lideranças políticas que tenham um trabalho sério. A escola precisa reverter os problemas acadêmicos, e também o aumento absurdo do sedentarismo estudantil na quarentena. Além, é claro, de a Educação Física ter um papel importante na ressocialização. – Reaprender a conviver juntos, pois as atividades realizadas na Educação Física escolar possuem um papel importante nesse processo.

 

Estamos em dezembro, e uma luz no horizonte nos traz esperança. Enfrentamos arduamente a maior crise sanitária dos últimos cem anos. O primeiro semestre de 2021 será de pequenos ajustes, com um retorno gradativo às aulas, até que as coisas comecem a se normalizar.

 

Enfim, a Educação Física escolar e o docente desta importante disciplina terão um papel preponderante nesse processo: despertando o gosto pela prática esportiva; proporcionando espaços de socialização para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais; e preparando os pequenos para enfrentar novos problemas que poderão surgir no futuro. Este é o papel da escola. Este é o papel do professor. Este é o papel da educação.

 

 

 

Professor Me. Marcos Antônio Fari Júnior

 

 

Coordenador pedagógico da Guarani Sport e autor dos livros infantis da Turma do Júnior, coleção que democratiza o acesso de crianças e adolescentes ao universo esportivo. Professor universitário com especialização em Musculação e Condicionamento Físico, é também mestre em Educação. Possui 10 anos de experiência como educador físico, atuando também com o treinamento de voleibol de rendimento.

 

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